Ler jornal e ver TV emburrece?

Love All, trust a few, do no wrong to anyone – William Shakespere

Quando criança não gostava de ler jornal, ainda estou pra achar a que gosta. Meu pai assinava o Estadão (O Estado de São Paulo) e lembro que era branco e preto e o uso mesmo era pra fazer balão galinha. Eu gostava mesmo era de ler gibi. Todo domingo de manhã pedia pra meu pai deixar ir com ele na banca de jornal la no centro de Prudente ai eu descolava uns gibi do tio patinhas, da monica e umas figurinhas pro meu álbum seja qual estivesse colecionando.  Meu interesse por gibi continuou por uns anos ate eu descobrir a revista MAD. Ai comecei a colecionar. Um lixo, mas dava boas risadas.

Voltando ao jornal também lembro que um dia meu pai me avisou que o Estadão estava lançando o Estadinho.  Uma edição de domingo só para crianças. Confesso que comecei a colecionar. Era uma edição por semana. Lembro que a folha tinha a Folhinha e ate era mais antiga que o Estadinho, mas em casa a folha não entrava. Talvez por isso nunca gostei da folha. Acho que não eu até tentei. A conclusão que cheguei eh que era a falha de São Paulo, isto pela quantidades de erros que tinha.

Veio então meados da década de 90 e o jornal começou a ganhar cor e as vezes eu lia e bisbilhotava, mas finalmente foi quando estava no colegial (Ensino médio) que comecei a ler o jornal sério. Comecei a ler todo dia, pois queria passar no vestibular. começou então uma obsessão. Nessa época aconteceu muita coisa. Lembro do Impeachment to Collor, Caso PC Farias, os cara pintadas, a liberação do países bálticos, o plano real a Guerra na Bosnia e etc.

Confesso que comecei a aprender bastante e minha redação melhorou. Alias foi o que acabou me colocando na faculdade, pois não era brilhante em matemática nem em português,  mas historia geografia e redação eram meus fortes e acredito que a leitura de jornal ajudou bem. Ate meu português melhorou.

Um dia já na faculdade um amigo que na época trabalhava na Heding Griffo me disse que a mídia era o “maior meio de manipulação das massas” deste ponto então comecei a pensar sobre isto. Demorou mais uns 15 anos pra realmente a ficha cair.

Na faculdade quando mais eu aprendia, lia livros eu comecei a ser mais critico quando lia o jornal, principalmente a parte de economia.  Infelizmente com conhecimento vem o senso critico.

Eu inclusive parei de ler o Estadão a parte economia mudei para o Gazeta Mercantil e o Valor Econômico, pois o Estadão já estava ficando amador.

Aqui na Austrália eu logo de cara já descartei total a leitura do jornal de Adelaide “The advertiser”. Um lixo. Foi então que comecei a ler o Jornal de Melbourne, “The Age” bem melhor, mas logo vi que o melhor jornal da Austrália era o Financial Review e este li consistentemente todo santo sábado por uns 2 anos ate que finalmente tomei a decisão de PARAR COMPLETAMENTE de ler jornal e assistir o noticiário financeiro.

Quando realmente comecei minha pesquisa sobre trading e o que era importante pra ser bem sucedido. Para minha surpresa ignorar o noticiário era crucial.

Um dos principais princípios do trend follower Ed Seykota é: FILE de NEWS.  Ou seja, ignore as noticias, mas siga o seu sistema.

O noticiário financeiro sempre tem uma explicação pra o que aconteceu no mercado e criou seu chavões como.

–          O mercado hoje realizou lucro

–          Alto no juros derruba mercado

–          números do desemprego foram bem recebidos

Não é dificil achar uma. Agora mesmo vou procurar uma que saiu hoje no jornal.

Olha o seguinte comentário

“The fact the market has managed to stay in the green and above 4900 (for the ASX 200) is certainly a reflection of the current positive investor sentiment and a sign the market wants to go higher,”

Como que um cara tem a pachorra de dizer a palavra certeza, depois do fato ocorrido. Aposto que se o mercado tivesse caido abaixo dos 4900 o comentário seria outro.

Pra mim, isto tudo não passa de ruído e inclusive atrapalha quem esta tentando seguir as regras de um sistema de trading.

Tem gente que gosta de tradar (operar) a noticia. Tem ate termos famosos entre traders como.

–          Sell on the new event

Geralmente quando uma ação começa a subir sem muita explicação. Então, quando vem a noticia boa, a ação cai, na maioria das vezes. Ai vem o jornalista espertão e fala que o preço já tinha descontado a noticia.

Assim, hoje eu não leio jornal, mas leio blogs que já fazem o filtro pra mim do que é importante. Pois leio os blogs de pessoas que pensam parecido comigo e selecionam as matérias que eu normalmente prestaria atenção. (veja meu blog roll)

Os caras lêem os jornais pra mim e eu só leio a critica dos blogueiros.  Prefiro utilizar o tempo que estaria lendo jornal fazendo analises direto na fonte, pois afinal os dados que os jornalistas analisam estão disponíveis na fonte, só que não tem o ruído. Por exemplo, todos os numeros estatísticos econômicos que são de domínio publico (inflação, desemprego, taxa de juros etc). Assim como as cotações dos principais mercados.

E do ponto de vista de trading eu prefiro confiar mais no preço do que em qualquer outra coisa.

Concluindo:

Jornal é um excelente meio pra ampliar seus conhecimentos e formar sua opinião, principalmente se esta vindo de um patamar sem nenhuma experiência, mas ao mesmo tempo é um grande meio de te manter distraído e não focar no que é importante. Entretanto, não é bom manter o jornal totalmente fora do radar, pois é dai que a maioria esta tirando informação e é bom saber como  a massa esta lendo e sendo influenciada.

Enfim o jornal mais que um meio de manipulação de massas é um o maior meio de distração das massas.

O que o mercado de bonds esta dizendo?

O que o mercado de bonds esta dizendo?

esqueça ouro, esqueça acoes no final quem fala mais alto são os BONDs.

Yes, My name is BOND! Mr. BOND.

O Volume diário do mercado de Bonds (USD1.6 Tri) é cerca de 5-6x o Mercado de ações (USD300bi) e 65x vezes maior que o que o mercado de ouro (USD23bi).

Pode argumentar que o volume do mercado de Forex (USD 3 tri) maior que o de bond. Sim e Forex é o mais liquido com os 3 Trilhoes de volume diário, mas na discussão do ovo e da galinha o Bond eh a Galinha e o Forex eh o ovo.

Agora falando sério, se estiver preocupado com o cenário inflação/deflação deve olhar muito mais pro mercado de bonds que o mercado de ouro, que ultimamente tem sido fomentado como um veiculo especulativo para quem tem esta com medo da inflação. Isso não quer dizer que não ache que o ouro pode chegar em 2,000 ou 5,000 USD um dia, mas isto é assunto para outro post.

A propósito se ainda coca sua cabeça e sempre quis entender o que eh inflação considere o artigo

O que é inflação

Alem deste tem outro artigo recomendado para pegar o fio da meada que escrevi num outro blog com o mesmo titulo, (o que o mercado de bond esta dizendo), comparando a discussão de dois especialistas no mercado de Bonds: Jim Grant e David Rosemberg.

Resumindo o outro artigo apesar deles terem visões opostas, ambos tem bons argumentos. Eu particularmente sou mais pendente a concordar com Rosemberg, pois sou atualmente um deflacionista. Que acha que esta havendo uma contração de credito e depreciação no preço dos ativos.

Na época do outro artigo era Abril de 2010 e o mercado de bond, que vem numa tendência de alta de quase 30 anos, se encontrava em um encruzilhada técnica, prestes a romper a linha de tendência de alta em uma formação ombro-cabeca-ombro de longo prazo, assim aconteça o que acontecesse um analista estaria mais certo que outro.

Jim Grant advoga que o mercado esta prestes a reverter a tendência de alta para uma tendência de baixa, pois Jim acredita que entraremos em um ciclo de inflação.

Rosemberg por outro lado acho que ainda tem muito pano pra manga e a tendência deflacionaria ainda continua por mais alguns anos (3 a 5) assim acredita que e a tendência de alta de longo prazo no mercado de bonds continua por mais um pouco e acredita que os yields dos bonds ainda vão cair mais ate a coisa reverter.

Só um pequeno parêntese: A relação do valor dos bonds e dos yields são inversas, ou seja se um sobe o outro cai e vice-versa.

Voltando a Abril de 2010 o mercado que parecia que ia despencar, rompendo a linha de tendência de alta, reverteu e começou a subir, subir, e assim Rosemberg começou a estar mais correto em seu prognóstico do que Grant.

Entretanto, em Novembro de 2010 a coisa começou a mudar e parece que a partir de então o mercado de bond esta sinalizando inflação e comecou a despencar em direcao da linha de tendência de Abril de 2010.

Agora pra te deixar mais confuso e perplexo uma coisa interessante esta acontecendo no mercado. Final de Setembro 2010 o FED (Banco Central americano) decidiu embarcar no Quantitative Easing II se comprometendo a imprimir 600 bibloes de dólares do nada ate junho de 2011 e comprar bonds pra manter os juros baixos e a economia no soro fisiológico.

Assim, com tanta liquidez injetada no mercado pelo FED no mercado de bonds que era de se esperar que a taxa de juros continuassem a cair e o preco dos Bonds subirem ou pelo menos ficarem onde estavam, mas as consequências não intencionais aconteceram e o preço dos Bonds começaram a cair, levantando as taxas de juros, que era o que o FED NAO QUERIA que acontecesse com o plano do QE2.

Alem do que já expliquei aqui acho pertinente observar outro aspecto do mercado de bond ou bond yield curve ou curva de taxa de juros.

Naturalmente ou em condições normais de temperatura e pressão esta curva é levemente inclinada indicando que o mercado espera uma inflação “moderada” ao longo do tempo e espera um prêmio de risco maior para dividas de mais longo prazo. Veja a curva autal do mercado de bonds americanos.

Quando temos uma curva invertida eh um indicativo de recessão, que ocorreu em 2007, pois naquele momento tinha uma expectativa de corte de juros no longo meio, longo prazo, que é o que acontece em uma recessão. Tem um gráfico que o Mish sempre atualiza que é o de yields que explica bem a situação nos ultimos 5 anos.

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Existe uma outra terceira configuração que é a intensidade da inclinação que é medido em Spread das taxas de curto e longo prazo que quanto mais inclinado mais preocupante a expectativa de inflação.

Aqui vai um gráfico com o spread de 2 e 30 anos que esta em 400bps que é o nível mais alto já registrado. OMG!

Grafico 2s30s

Da pra perceber que o mercado se encontra em mais uma encruzilhada novamente e deve mover em uma direção ou outra. OU NAO…

Lembre que meu papel aqui como trader não é adivinhar a direção do mercado mas reagir ao que o mercado reage. A ideia é deixas as pessoas inteligentes adivinharem a direção do mercado, entretanto quem é trend follower deve reagir ao que o mercado esta reagindo não tentar adivinhar.

Assim, pela configuração parece que no curto prazo a linha de tendência vai ser testada e os juros vão aumentar mais um pouco o que pode gerar o  mesmo cenário de Abril de 2010.

Deste ponto em diante os riscos maiores são:

1) Um colapso no mercado de bond e os juros dispararem o que será engatilhado por possivel uma “forte” inflação. Pelo menos acima da média.

Ou

2) O mercado bate na linha de tendência e volta a subir gerando deflação.

3) Qualquer outra coisa que não posso prever… e nem to muito preocupado.

Se o Segundo acontecer, que acho que eh o mais provável bolsa cai, todas as moedas caem e o Dolar Americano sobe, como aconteceu em 2008.

Se o primeiro acontecer, que acho o menos provável. Commodities sobem mais ainda , ouro, ações sobem e o dolar despenca mais ainda.  Fica difícil de acreditar que o 1 continuaria por muito tempo a ponto de gerar uma hiper-inflação no dolar americano, pois isso nunca aconteceu na historia.

O USD é a reserva mundial de todos os países. Tudo no mundo (Metais, Petroleo, Produtos Agricolas etc) é cotado em dólar e as reservas internacionais estão quase todas em bonds do tesouro americano que são LOGICO denominados em dólares. Pra mim seria como um GAME OVER se o primeiro acontecer. Por isso acho um pouco absurdo uma hiper-inflacao nos EUA com dolar.

Ate hoje tiveram 2 hiper inflação no mundo desenvolvido.

– Franca revolucionaria no sec XVIII

– Alemanha no pós primeira guerra

E isto porque estavam gerando um deficit de mais de 20% do PIB e hoje os EUA ainda esta chegando nos 10%.

Enfim quando a minha opinião macro acho que o cenário mais provável é deflação ate o nível de credito se ajuste ou o PIB mundial cresça de certa forma a divida ficar relativamente menor do que eh hoje. Em outras palavras “até que a podridão seja expurgada do sistema”.

Caso contrario, toda vez que os bancos centrais quiserem inflacionar a taxa de juros nos bonds vão fazer uma pressão contraria a esta tentativa, pois os devedores vão passar a gastar muito com juros e vão consumir menos.

Concluindo, como trader mais de longo prazo a tendência é de alta e dependendo de como que as coisas acontecem é melhor continuar longo na tendência de alta , mas se a coisa desandar pode ser melhor entrar short. Lembre-se tendências mudam e você deve estar atento quando isto ocorrer.

Lembre que isto não é uma recomendação de investimento, mas minha humilde opinião sobre o mercado de bond atualmente e o que ele esta tentando dizer.

Agora se você chegou neste ponto do post sem ficar entediado recomendo assistir este vídeo do Hugh Hendry.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=cQjD2sw_eg4]

Ele advoga meu caso e confesso que busco inspiração nele pra muita coisa, pois concordo muito com o que ele fala. Ultimamente ele tem sido extremamente bem sucedido como Hedge Fund Manager.

Acho que a parte que bem tem a ver com o post são os 2 ultimos minutos a partir do minuto 6 quando ele diz coisas como:

“ Epic Bull Market do NOT finish with a whimper but with a HUGE bang … [and then] yields can reach levels OUTRAGEOUSLY low

E também seu irreverente comentário sobre o mercado de ações.

“I reject its temptantions” , pois acredita que o mercado de ações esta num ciclo bear de longo prazo, como eu e já disse aqui no blog.

A China é uma bolha?

“The world has built a production capacity that it cannot consume” Hugh Hendry – most profitable hedge fund manager in 2010 (July YTD by Bloomberg)

Se voce esta comprado até as tampas em Vale do Rio Doce (CVRD), comprou opções de compra da Vale, é um perma bull na China e também acha que o Eike Batista é um dos caras mais inteligentes do Brasil e tem um monte de OGX e outros Xs na carteira, melhor continuar lendo este post.

Agora se acha que estou falando absurdo e que o seguinte axioma ainda é valido.

Um pais pode crescer 10% ao ano ad eternum.

Então, melhor não ler, senão está perdendo o seu precioso tempo.

Eu já escrevi que existem rumores que a China é uma tremenda bolha no meu outro blog e de alguma forma os dois posts estão ligados.

Antes que continue escrevendo queria deixar uma coisa clara aqui. Eu acredito que a China tem grandes chances de se tornar o pais mais rico do mundo entre 2030-2050 e que tera uma mudança de eixo de poder para a Ásia. Isso se os EUA nao entrar em Guerra contra a China e bombardear e destruir a Ásia antes da perda quase inevitável de sua hegemonia devido a uma guerra que não vai derramar uma gota de sangue, pois é uma guerra puramente econômica.

Acho que a China ser uma potencia mundial é ponto pacífico na minha opinião com coloquei na minha visão macro.

Nao estou aqui tentando ser profeta ou fazer uma previsão, mas estou tentando raciocinar as tendências macros estruturais que o mundo esta passando. O exercício nao é bom no sentido de adivinhar o que vai acontecer, entretanto acho que é valido entender quais são os possíveis cenários e se eles se desdobrarem seja qual for ele, voce sabe o que deve fazer ao invés de ficar sentado olhando vendo suas economias irem pro espaco e o mundo sendo implodido.

Dito isto, que acredito que a China tem grandes chances de ser a super potencia mundial nos próximos 20-30 anos, existe um excesso atualmente na China e podemos chamar isto de bolha e o risco de uma correção ao longo do caminho é grande. Se quer lucrar com este possivel risco ou crise continue lendo.

Se você tiver paciência leia esta excelente apresentação de powepoint (China Japan Presentation v3 – By Vitaliy Katsenelson ) Vitaliy N. Katsenelson, CFA, que brilhantemente expõe o caso que concordo.  Basicamente o post é um resumo desta apresentação

Se esta com preguiça de ler o original, então leia o resumo em português.

Basicamente a historia é a seguinte.

A China cresceu cerca de 9-10% ao ano entre 1998-2008 devido a investimento pesado em seu parque industrial. Todos os “planetas”  estavam alinhados para que este crescimento ocorresse como.

–          Desvalorização do Yuam manipulada

–          Bolha de credito mundial que permitiu o consumo das bugigangas chinesas que a maioria estão nos lixões e nas garagens dos americanos e dos europeus.

O que aconteceu em 2008, estouro da bolha de credito mundial, que causou a maior crise desde a de 1929, o modelo Chines exportador ficou em cheque e não mais sustentável, pois era a bolha de crédito que estava permitindo a China produzir um monte de lixo e exportar para o mundo.

O Brazil, Australia e outros países produtores de commodities se beneficiaram muito com este boom.

Entretanto, quando veio a crise em 2008 impressionatmente, a China continuou crescendo 7-8% ao ano em 2009-2010. Isto porque o governo Chines, que é uma ditadura, ingetou 14% do Pib na economia pra continuar a bola de neve rolando. Foi o maior estimulo em termos percentuais do PIB.  Então, como os numeros do PIB oficiais são publicados por agencias oficiais do governo, todo mundo acredita que a China ainda continua crescendo em um ritmo frenético.

E todo mundo continua se enganando e a ação das mineradoras subindo ou pelo menos mantém se em níveis altos.

O que pode se observar, entretanto, é que a China tem a maior capacidade inutilizada do mundo.

Por exemplo a capacidade produtiva da China em:

Cimento é maior que o consumo Indiano, japonês e Americanos juntos.

Aço é maior que a combinação do Japão e da Coreia.

Não é só na capacidade produtiva mas na utilização de espaços de escritório.

50% dos imóveis comerciais estão vazios ou 30 billoes de pes quadrados (squared feed) vazio o que dá um cubículo de 5×5 pra cada Chines. Só recordando que eles são 1.3 Bilhoes.

Existem cidades fantasmas na China como Ordos.

[youtube=http://www.youtube.com/watch?v=0h7V3Twb-Qk&feature=player_embedded]

Agora entende porque os caras continuam comprando ferro da Vale, mesmo sem precisar.

Assim como aconteceu com o Japão no final da década de 80 a China atualmente é o pais que mais destroi capital no mundo, ou seja a China tem gasto muita grana em projetos que não geram fluxo de caixa com um retorno acima do custo de capital. Pra você que não entende nada de finanças e economia em outras palavras a China esta investindo todo a grana do lucro gerado na sua exportação em projetos improdutivos.

Assim como o Japão fez no final década de 80 investindo em imóveis que tiveram preços absurdamente irreais. Pra se ter uma ideia é 60-70% mais barato comprar um apartamento em Tóquio hoje em 2010 do que era em 1989, há 21 anos atrás.

A melhor medida, na minha opinião, de avaliar preço de imóveis é a relação preço médio dos imóveis/renda media. Quando a coisa desandou no Japão este indicador estava em 9.5X, Nos Eua o negocio estourou quando estava em 5X e na China hoje esta em 14X em algumas cidades e a média é 8.8x.

Ainda acha que pode subir mais?

Nao sou so eu que acha isso.

O short seller mais famoso do mundo, Jim Chanos, também acha o mesmo e esta se posicionando pra quando esta possivel bolha chinesa estourar.

Assista sua ultima entrevista aqui

O resumo da opera é o seguinte.

Caso a coisa desande na China você sabe o que tem que fazer: NÃO SEGURA as ações da Vale achando que ela vai recuperar. VENDE o mais rápido possível. Fica tranquilo que vai ter chance de re-comprar quando ela estiver valendo P/E baratinho.

O Brasil, Australia, Russia e Canada e qualquer outro pais exportador de commoditie serão os mais afetados por este possivel estouro de bolha.

Eu acredito que a única saída para a China é mudar o seu modelo econômico para o mercado interno.

Como dito na minha visão macro ela precisa se voltar para o mercado interno, deixar seu cambio flutuar e deixar se valorizar para que o poder de compra Chines aumente. O problema é que não pode fazer isto de noite para o dia.

Os dois mercados consumidores do mundo hoje são os EUA e a Uniao Europeira.

O PIB dos EUA é 15Trilhoes e o consumo corresponde a 10 Trilhoes

O PIB dos Europa é 15Trilhoes e o consumo corresponde a 10 Trilhoes

Somados eles consomem 20 Trilhoes.

A economia Chinesa é hoje de 5 Trilhoes mas o consume é apenas 2 Trilhoes.

Isso da 10% do consumo dos EUA e da Europa. Então, não da pra ter uma transferência do consumo destes países pra China da noite pro dia. Por isso, a China não pode parar de crescer é como o Onibus do filme Speed (Sandra Bullock e Keanu Reeves) se desacelerar explode. No caso da China implode.

Tem que ser gradual e pode levar de 10 a 20 anos pra isto acontecer. Acho que este será o caminho natural das coisas, mas acho que ate lá teremos lombadas no caminho e uma delas é essa grande correção. Embora ache que mais no longo prazo a China será a super potencia mundial.

Posso estar completamente errado e nada disto ocorrer e outras coisas ocorrerem como um meteoro atingir a terra e todos morrerem afogados, sei la!

Entretanto, esteja atento para o que pode acontecer e não fique com cara de sabão se o negocio desandar e  ficar fazendo preço médio em OGX e VALE.

Qual a minha visão macro.

Seguindo aqui o que disse no último post aqui vai as minhas crenças sobre o Big Picture ou minha visão macro.

Em Novembro de 2010 (pois isso pode mudar com o tempo). Vou manter atualizado aqui no blog.

Então vão os pontos que estão na minha cabeça.

A) Os mercados de ações nos EUA estão em um ciclo de baixa de longo prazo (secular bear market) medido em termos de P/E. Acredito que dure por um tempo. Tudo começou em 2000 com o crash dot com e vai até o inicio do proximo Bull market de longo prazo em mais ou menos 2015 ou 2010 ou mais tarde.
B) A maior economia, atualmente os EUA, está em sérios apuros e eles são:

a.Uma enorme dívida e um enorme  passivo não financiado  de longo prazo (Medicare e da Segurança Social)
b. O desemprego estrutural que não pode ser sanado no curto prazo, porque os empregos criados na década de 2000 através do aumento da dívida pública e privada já se foram e não podem voltar da noite pro dia além de ter ocorrido uma transferência de 8 a 15 milhoes postos de trabalho industrial para a Ásia (China) e outros emergentes nos últimos 20 anos

C) A China foi a economia que mais se beneficiou com o crescimento alimentado pelo crédito, que não é um problema isolado nos EUA, mas global. No entanto, seu modelo de fabricação de exportação impulsionado pelo credito mundial não é sustentável porque está baseado em dois principais fatores.
a. Dívida em todo o mundo, que atingiu o pico em 2007-2008 não pode mais ser expandida e está em contração no momento (caso de deflação no ponto F.)
b. A moeda chinesa esta desvalorizada por meio de manipulação atrelado ao dólar dos EUA.
D) A China, devido ao seu superávit comercial consistente ao longo dos últimos 15 anos, acumulou 2,4 trilhões em reservas de ativos. O que tem ajudado é o ponto C.b manipulação de sua moeda que está acontecendo durante os últimos 16 anos (desde janeiro 1994), mantendo desvalorizada para tornar os produtos chineses relativamente mais baratos no mundo, fazendo a economia chinesa mais competitiva, alem do fator de sua mao de obra ser muito barata. As estimativas da paridade do poder de compra diz que é desvalorizada em torno de 60%. Também ao longo dos anos, a China comprou 1,4 trilhões em ativos denominados em dólares em títulos do tesouro e que de alguma forma manteve o maior mercado consumidor do mundo (EUA) rodando em uma farra de crédito insustentável.
E) O crash do mercado de 2008 idicou o auge da bolha de crédito, o que significa que haverá, já esta tendo, uma contração do crédito, ao invés de expansão ao redor do globo. Por causa deste risco, de deflação, existe uma postura atual do Chainman do FED dos EUA (Ben Bernanke), que é combater a deflação a qualquer custo. Bernanke acredita que há uma capacidade quase ilimitada de emissão de dívida a um custo muito baixo em dólar.Ele está sendo bem sucedido ate aqui. Suas medidas para evitar uma depressão ainda não causou inflação. Sua ferramenta ou tatica foi baixar as taxas de fed funds para ZERO, desincentivando poupança e incentivando investimento, combinado com isto ele embarcou na estratégia de quantitative easing para comprar dívida publica e injetar dinheiro na economia. O QEI foi cerca de 2 trilhões e agora 600 bilhões foi o QEII anunciado a uma semana. As consequências vem sendo um fluxo de liquidez no mercado de ações causando rally na bolsa, rally metais preciosos, rally de commodities, rally de títulos , fluxo pra mercados emergentes ou seja, tudo está indo subindo e ainda assim a economia de os EUA estão em péssimo estado e da economia mundial está se arrastando.
F) O ponto E leva à dicotomia do debate Inflação versus Deflação. O que leva à deflação, ja comentados nos pontos acima em termos simples, é a contracção de dívida, que atingiu níveis insustentáveis em 2008. Eu creio que é o caso mais forte e que eu defendo (leia posts anteriores). Por outro lado, devido à postura do Fed (ponto E), existe um risco de inflação monetária que irá sustentar inflação de demanda devido ao aumento dos preços das commodities em geral. Os preços do ouro atualmente é o reflexo desse cenário de um possível risco inflacionário. Também isto está ajudando no aumento no preço das commodities que são denominadas em USD que é a reserva de moeda mundial. Assim como o QE o dólar americano também fica mais fraco.

G) A Austrália (onde moro e todos meus ativos estão aqui) e outros países que têm reservas minerais e commodities produtores de qualquer tipo têm sido os grandes beneficiários do aumento da demanda por commodities (dã). Existem muitos benefícios para a economia da Austrália como ter tido em média 3,5% de crescimento nos últimos 15 anos e hoje tem uma das maiores rendas per capta do mundo, maior do que EUA, Canadá e Reino Unido. No entanto o modelo exportador australiano de mercadorias só é sustentável se a China mantém o seu ritmo, mas como eu mencionei acima o seu modelo não é sustentável no longo prazo, pelo menos a esta ritmo alucinado. No médio prazo vejo riscos e alguns obstáculos e crises devido a um risco enorme de desaceleração na China. Entretanto, a Austrália continuará a se beneficiar, desde que disponha de recursos debaixo da terra porque a demanda por recursos continuará no futuro (pontos I e J).
H) Atualmente a Austrália, devido a fatores como uma baixa taxa de desemprego e uma baixa taxa de juros, juntamente com o crescimento econômico nos últimos 15 anos, ela tem o mercado imobiliário mais caro do mundo medidos em relação entre o preco medio dos imoveis e a renda média. Esta em uma alarmante taxa de 7x. Também a sua moeda esta muito valorizado causada por muitas coisas como, aumento do preço do ouro, a alta diferenca de sua taxa de juros em relacao aos outros paises desenvolvidos (hoje o mais rentável carry trade AUD / USD). Então, se a China espirra Austrália vai pegar uma pneumonia e como o mercado esta inflado e altamente alavancado, em outras palavras endividado, ela corre o risco de uma crise homérica caso a China balançar.
I) Tentando agora colocar tudo junto, se isso é possível, porque a relação entre as coisas não são lineares. O modelo industrial exportador da China com crescimento de 9% ao ano da China não é sustentável, por causa dos pontos C.a. e C.b. e uma das soluções para sustentar o seu crescimento é se concentrar em seu mercado interno e não pode mais contar com um modelo de exportação industrial. Mas não pode fazê-lo rapidamente. Para conseguir tal feito a China necessidade precisa desvalorizar sua moeda ou deixá-lo flutuar, assim ela encontrará o seu equilíbrio. Isso permitirá o aumento do poder aquisitivo da população e a China pode reduzir o custo das importações e sua indústria pode se concentrar na demanda do mercado interno enorme que dá ainda mais prosperidade para a China que será, inevitavelmente, maior economia do mundo mais cedo do que a maioria pode pensar

J)E Finalmente, por último, mas não o menos importante. A sustentabilidade do meio ambiente do mundo está sob ameaça. Estamos assistindo ultimamente o preco dos commodities subindo rapidamente, devido ao aumento na demanda e que está causando ao mesmo tempo oportunidade de ganhar dinheiro neste mercado, bem como uma crise de recursos que vai ficar aqui por um tempo a menos que seja tratada com uma boa solução.

Resumindo o mundo esta esgotando seus recursos e as principal área de oportunidades e soluções são.

a. Petróleo / Energia. Estamos ficando sem petróleo, mas o grande problema é que já estamos viciados pelo “crack preto” e não podemos viver sem ele a menos que o mundo inteiro industrial mude drasticamente. A solução é criar um novo modelo  industrial, que é menos dependente ou totalmente independente do petróleo como um todo. Hoje o petróleo um a principal fonte de energia e matéria-prima de tudo o que consumimos (e.g. plástico). A boa notícia é que existem alternativas e os aumentos dos preços do petróleo só esta acelerando o processo de mudança.

b.Comida. O crescimento populacional e o aumento do padrão de vida nos países da Ásia e mercados emergentes é sempre crescente e tende a acelerar. Assim, a demanda por commodities agrícolas vai beneficiar quem tem terras agricultáveis. Assim que acho que países como Brasil, Rússia e EUA em boa posição neste cenário. Quem sabe finalmente Brasil, o celeiro do mundo.
c. Neste mesmo tópico a emergência de empresas inovadoras na área que eu chamo de tecnologia verde e eficiência será algo para assistir de perto.

Enfim esta são minhas crenças do Big Picture ou minha visão macro e neste cenário que vou procurar oportunidades de ganhar dinheiro em trade/investimento. Espero dar um zoom em áreas específicas quando achar oportuno, ou quando algo no cenário acontecer ou mudar.

Visão Macro do Paul Tudor Jones

Ontem tinha preparado um post que iria falar sobre o que considero ser um trade system, ou sistema de trade na minha opinião, mas me deparei com uma carta do Paul Tudor Jones emitida recentemente para seus clientes que resolvi postá-la aqui.

Jones é um dos meus traders herois e gosto muito do seu estilo e forma de pensar estrategicamente.

O que lí foi musica para meus ouvidos. Meio que dispensa comentários. Eu nunca vi um cara com poder de sintetizar um assunto tão complexo e como ele estrategicamente identifica oportunidades no cenário.

Concordo com ele 100% e meio que o que ele disse é pra mim um framework do que devo acompanhar para identificar oportunidades de trade no desenrolar da situação. Já comentei alguns aspectos do que ele disse na carta na sessão do blog THE BIG PICTURE.

Basicamente toda a atenção no blood shed que o mercado de FOREX pode virar a qualquer momento e as melhores oportunidades ou o Trade do Seculo será com o Renminbi (ou YUAN)  em como que vai desenrolar a questão da sua atual sob valorização. Também qual será a postura dos EUA em relação a essa guerra cambial dentro do contexto que se encontra, endividado, com deficit comercial, com desemprego pior nos últimos 75 anos e um grave problema estrutural em sua economia, enfim a situação dos EUA não é nada boa pelo menos no médio prazo (2 a 5 anos).

Jones até cita o Brasil no artigo.

Enfim divirta-se com a leitura e poste seus comentários.

Vou colar aqui o texto na integra como citação

O texto foi retirado do site Zero Hedge.

From Paul Tudor Jones

Our extraordinary times offer extraordinary opportunities, but as with most opportunities, there will be winners and losers.

Economies in the developed world find themselves with unemployment levels not seen since the Great Depression. The response from respective governments has been massive fiscal stimulus in conjunction with monetary easing. And now many of these governments, having exhausted all fiscal stimulus measures that are politically feasible, are about to embark on another round of quantitative easing. The Bank of England, the Bank of Japan and the US Federal Reserve have implemented, or are considering implementing, significant rounds of government securities purchases.

Will these measures actually succeed in lowering the chronically high levels of unemployment? Or are the unemployment problems of these countries so structural in nature that these policies will have only limited impact?

We’ve enlisted modeling and forecasting firm Macroeconomic Advisers, LLC to assist with answers to these questions.

But, first, a story: About ten years ago I had an acute case of plantar fasciitis in the left foot, a condition in which the fascia, or the covering right beneath the skin, had become highly inflamed. I asked Pete Egoscue (egoscue.com), a renowned postural specialist but one without medical training, to take a look at my foot. Pete had, after all, healed a number of people I knew, including my wife. Because Pete was self-taught, I was a skeptic— as any good trader would be.

Pete said that he did not need to look at my foot because my foot was not the problem— a response that suggested I was dealing with a quack. But I was patient and continued to listen. He proceeded to explain that the pain in my left foot was the consequence of a structural, postural deficiency in my hip alignment. My right hip was rotated in such a fashion as to make the left side of my body do all the work and bear all the weight, culminating in the inflammation of my left foot. “The pain you feel in your left foot is just the symptom,” Pete said. “If you treat it symptomatically and ignore the structural issue, you will never solve the problem.” I did not immediately grasp the full meaning of his words, but I followed his prescription,and in a few days the pain was gone. Some time later I realized that those words were probably the wisest I have ever heard from any human being, and that they apply to more than just the human body.

The developed world, and the United States in particular, is suffering an economic malaise the likes of which we’ve seen  only rarely in the last 100 years. Policy makers are searching for solutions, but they are too focused on the painful symptoms of unemployment to see the misshapen structure causing it. In so doing, they are presenting some of the more wonderful trading opportunities in quite some time: winners and losers.

The root cause of the unemployment woes is quite obvious. In the United States alone, in the last two decades, nearly six million jobs in manufacturing have been lost overseas. This equates to nearly four percentage points of the current 9.7% US unemployment rate. As importantly, the migration of these jobs contributed to the most unsustainable economic imbalance in the world today—China’s persistent bilateral trade surplus with the United States. During the last decade, China accumulated almost $1.4 trillion of US debt and at least $2.3 trillion in global assets. These figures could grow to $3.8 trillion and $7 trillion, respectively, over the next decade if the current renminbi/US dollar (RMB/USD) exchange rate continues to be artificially suppressed from appreciating.

One entity owning this much debt of one debtor, let alone a foreign government, creates too much risk concentration, and has possibly repressed volatility for debtor and creditor alike. The risk may seem manageable now, but who knows what the nature and temperament of the Chinese and American leaders will be in ten years? Isn’t it possible that either side could weaponize financial imbalances to the detriment of domestic and global stability?

How did we get here? On January 1, 1994, China devalued its currency by 50% in a single day, and since then has experienced a manufacturing boom. After 15 years of impressive productivity gains relative to its trading partners, though, it now resists the smallest appreciation. (The IMF implies the RMB could be as much as 30% undervalued taking 2000 as a base, but absolute purchasing power parity would argue that undervaluation is even greater— possibly as much as 60%.) Clearly, there is a direct correlation between the six million manufacturing jobs lost in the US and the close to twelve million manufacturing jobs gained in China over the last two decades. Robert E. Scott, a Senior International Economist and Director of International Programs at the Economic Policy Institute, estimates that the growing trade deficit with China, a partial consequence of the undervalued RMB, cost the US 2.4 million jobs between 2001 and 2008 alone, the equivalent of 1.6% of the current unemployment rate.

As someone who has traded foreign exchange since 1980, I believe the RMB/USD rate is currently the single most important of all exchange rates. It not only drives the largest foreign trade relationship in the world, it also drives virtually every other exchange rate globally. Dozens of other emerging market countries suppress their exchange rate against the US dollar because the RMB is effectively pegged to the dollar. And what is remarkable is the lack of any concrete policy initiative in the US to change this. For several years, the US Treasury has threatened to name China as a currency manipulator but has always found a basis for avoidance. Even if Treasury cited China, it would just set in motion more negotiations that would likely go nowhere. The lone serious attempt to impose a cost on China’s distortion of global financial markets this year was congressional action on the Currency Reform for Fair Trade Act, known as the Ryan Bill, which would allow US companies to file complaints against China’s currency policies with the Commerce Department, and would empower the Department to levy tariffs and countervailing duties on imports from China.

The Ryan Bill passed in the House of Representatives a few weeks ago by a vote of 348 to 79 but is stalled in the Senate. It drew immediate ire from the Chamber of Commerce as well as from eight former US Trade Representatives to China. But it was the very advocacy of the Chamber of Commerce and those Trade Representatives that led us to our current trade deficit. As Einstein said, “Problems cannot be solved by the same level of thinking that created them.”

That so many Americans continue to accept this suppression of a variety of exchange rates against the dollar is probably a function of the fact that for so long this suppression provided benefits such as cheap goods and cheap credit. In addition, for a while, manufacturing jobs seemed to be replaced by jobs in the service economy and construction industry without any economic disruption or any rise in the unemployment rate. However, the bursting of the credit bubble exposed the true structural decay that had occurred in the US economy. But, like zombies, many Americans still cling to the naive belief that we can return to the good times of the 90s and the earlier part of this decade, unable or unwilling to recognize that those high times were a debt-driven anomaly.

This delusion is fueled by a myriad of financial pundits who warn about the dangers of disrupting free trade. They are quick to point out that the Ryan Bill is contrary to rules of the World Trade Organization. Incredibly, in the WTO’s rules of governance, there is not one reference in any of its documents to the underlying bilateral exchange rate between two countries when trying to reconcile trade differences. It is like trying to referee a World Cup match with a soccer ball that only the players can see. In the case of a controlled or manipulated exchange rate, it is patently unfair if the currency of one partner is grossly misaligned, as the RMB/USD rate is.

Any serious attempt to address the structural imbalance is met with a chorus of boos from financial industry pundits who rail against “protectionism.” In discussions involving the Ryan Bill, these pundits have few qualms with lobbing into the mix, like grenades, those most dangerous of words: “Trade War.” They often invoke the specter of Smoot-Hawley, the infamous US tariff act that triggered a trade war in which American exports and imports were slashed by half, leading a number of economists to argue that its passage contributed significantly to the Great Depression. But what they fail to see, or neglect to acknowledge, is that in modern times there never has been free trade with China; the US has already been in a trade war for nearly two decades; and it is the only time in this nation’s history it surrendered without ever firing a shot.

The United States lost six million jobs, indebted itself to China by $1.4 trillion, and received in return a host of consumer goods, many of which now reside in landfills across the country.

“Trade War” is a very dangerous phrase. Clearly, China and the US are commercial competitors and not enemies. There is no reason for “combat” in any sense of the term. The Chinese have set the RMB/USD peg artificially low because they believed it was necessary in order to shift from an agrarian to an industrial-based economy. The United States also  protected its nascent industrial sector when it did the same thing in the 19th century. Developing a significant export-oriented manufacturing base was part of an ambitious plan to relocate hundreds of millions of rural Chinese to cities where they could obtain manufacturing jobs and pursue a better life. It worked. China’s coasts now burst with export-dependent factories and cities. But now and going forward, China’s export strategy is completely unsustainable. In the intermediate term, much less the long term, it is becoming clear that the main buyer of China’s exports—the United States—can no longer foot the bill. A much better policy would be finding the right balance between domestic demand and exports through a stronger currency. Brazil did this brilliantly between 2005 and 2007. Their currency appreciated 34% against the dollar yet the economy grew 2% more than the prior three years and above what was thought previously to be the speed limit. The incoming Chinese administration of 2012 will be forced to contend with a population that has been relocated and retrained for jobs that may one day disappear, much as they did in the United States, all because China engaged in a futile attempt to avoid an inevitable re-equilibration of exchange rates. After all, one way or the other, the real US and Chinese exchange rate will find equilibrium– either through nominal movement or through relative inflation rates.

Just as the Chinese elite have become dangerously wed to an unsustainable export-driven manufacturing model, the US elite have become indifferent to mercantilist assaults on the global trade framework. In mid-September, when the Bank of Japan intervened to suppress the value of the yen against the dollar, there was no response from America’s political, financial and media leaders. While these interventions might have been understandable six years ago, when Japan’s economy was relatively less well off than that of the United States, they are far from necessary today: Japan has an unemployment rate that is half that of the United States and it still runs a trade surplus. Nonetheless, Japan intervened to protect its export industry, and the United States, incomprehensibly, responded with not even a whim

Bolsa SEMPRE da dinheiro no longo prazo?

Resposta curta:  Depende da sua definicao de longo prazo.

Resposta longa: Devido não ser possivel responder a tal pergunta com um simples SIM ou um Nao, então, vou dar minha opiniao sobre a assertiva do título acima.

Primeiro ponto a se definir é:  o que eh Longo Prazo? Se longo prazo for 1 ano por exemplo, que é a definiao de ciclos contabeis a resposta é NÃO. Partindo do pressuposto que a afirmacao é SEMPRE verdadeira, ou 100% dos casos.

Se a resposta for 3 anos, 10 ou ainda 15 anos a resposta ainda é nao?

Antes que prossiga no post queria deixar claro aqui que estou usando como “BOLSA” o indice DOW Jones, para minha analise. Isto porque é o indice calculado que tem a maior historia pra chegar-se a algumas conclusão. Nao me atreveria a fazer isto com o IBOVESPA pois comecou em 1968, se não me falha a memória. Alias se voce quer ter uma ideia sobre indices de acoes leia o livro do Helio de Paula Leite.  Foi meu professor de financas na GV, que Deus o tenha. Um dos melhores professores que tive na graduacao.

Lembro que a prova de Portfolio Theory foi uma prova de estatistica avancada. Lembro que a classe ficou revoltada. E sua resposta ireverente foi: “Markowitz ganhou o premio nobel de Economia com uma tese de “estatistica” e nao de economia ou financas”.

Certo ele e errado os reclamoes.

Enfim, voltando ao post o maior periodo que o Dow demorou para recuperar de um bear market foram 25 anos, sendo de 1929 a 1954. Isto quer dizer que o individuo que acreditava que bolsa SEMPRE da dinheiro no longo prazo teve que esperar 25 anos para ficar no ZERO a ZERO. Se considerarmos inflacao este pediodo foi ainda maior.

Veja gráfico do Dow nos ultimos 100 anos.

Entao,  tirando minha primeira conclusão. Se voce considera que 25 anos, ou mais, é a medida de longo prazo, logo a reposta é SIM a bolsa SEMPRE da dinheiro no longo prazo.

Em Janeiro de 2010 eu escrevi um post que me deu um trabalhinho, sobre qual foi o investimento da Decada: Link aqui.

Espero que curta este post deste meu outro blog. Eu fiz a comparacao entre alguns investimentos e descontei coisas como inflação e cambio para normalizar os resultados para chegar a alguma conclusao de qual era melhor investimento da decada de 2000.

Quando era vendedor de fundo de investimentos na Hedging Griffo eu basicamente era “impelido” a dizer para os meus cliente, pois este era o discurso que aprendi, que investimento em Bolsa so se pode avaliar depois de 3 anos, pois os altos e baixos eram “normais”. Se vendia muito a ideia que em bolsa o que funciona era o Buy and Hold. Compra e segura, em portugues. Se olhar na decada de 80 e 90 isso era a mais pura verdade, mas se olhar num prazo maior como 100 anos, 20 anos pode não ser o suficiente, como demostrado acima.

Por exemplo, quem comprou e segurou Nasdaq ou Dow Jones em 2000, depois de quase 11 anos ainda estao no negativo.

Tambem quem comprou o indice Dow em 1965 so saiu do Zero a Zero em 1981. Embora ter sido um periodo de crescimento economico a bolsa ficou “de lado”.

Mudando um pouco de assunto, eu sou adepto da teoria que no mercado existem Bull e Bear markets seculares, ou em outras palavras, longo prazo.

Acredito que o mercado atualmente esta em um secular bear market que comecou em 1999/2000 e acho que ainda vai durar um “pouco”.

A medida que defino Bull e Bear é em relacao a P/E (Price/Earnings). Em um bull market o P/E tendem a subir e em um Bear Market tendem a cair. Se quiser saber mais leia o livro Unexpected Returns. Tai estou citando outros livros da minha biblioteca.

Outra boa medida, pouco objetiva, entretanto util, é que um Bull market termina quando “todo mundo” esta Bullish e um Bear quando “todo mundo” esta bearish.

Tipo quando voce for a um restaurante e o garcom estiver falando em comprar acao… e ate o gari esta pensando em entrar no mercado de acoes esta na hora de vender TUDO. A tipica estrategia ZEM (ZERA ESSA MERDA) é recomendada. Mais ou menos o que aconteceu no Brasil em 2008 onde até o “Ze Mane” tinha dinheiro do FGTS na Petro e na Vale.

Por outro lado, quando a manchete da Veja for: O FIM DA RENDA VARIAVEL. Então esta na hora de vender a casa, o fusca o barco o sitio e a fazenda e comprar acao.

Assim, quando ta todo mundo tomando porrada, e nao aguenta mais perder dinheiro na bolsa e P/E medio esta em torno de um digito. Algo como 5x, por exemplo, então hora de apostar o rancho em acoes.

Momentos como este foram 1932/33, 1981/82 e mais recentemente, ate certo grau, Marco de 2009. Foi quando as acoes do Citibank chegaram em 99c. Ate a Agencia Dow abriu uma excecao a regra onde pela primeira vez uma acao cotada a menos de 1 dolar fez parte do indice. Foi ai que comecou o Rally de 2009 que foi o maior rally da historia da bolsa nos EUA, medido em rendimento em um curto espaco de tempo, ou seja, do fundo em Marco ate o pico em Setembro. Algo como 70% de aumento em 6 meses.

Agora antes que pare de ler o meu blog e me escomunge porque apesar de ser um cara “tecnico” porque estou aqui falando de fundamentos.

Aproveito a oportunidade, depois de ja ter cumprido o proposito do post de dar minha opiniao sobre a acertiva do título, é explicar que partes dos fundamentos eu olho.

Como ja foi explicado na introducao da sessao THE BIG PICTURE.  Eu nao invisto em ativos olhando os fundamentos como balanco etc. Sou um trader baseado em sistemas e pra mim trade é um jogo estatistico, entretanto eu acompanho a visao macro pra ter uma ideia de qual sistema que opero esta mais propenso a dar dinheiro devido as condicoes do mercado. Tambem trabalho com possiveis cenarios para onde o mercado pode ir no futuro.

Atualmente trabalho com o cenarios de deflacao e inflacao que acompanho e tambem com a analise do secular bear market que estamos, na minha opinião, e assim vou levando. Ainda acredito que o bear market nao acabou e que ainda estamos num momento deflacionario ou retracao de credito. Nao sei quanto isto ainda vai durar, mas ainda nao vi evidencia do contrario.

Pode ser que depois deste periodo entremos em um novo periodo de prosperidade ou entremos ate em um periodo de stagflacao, que acho pouco provavel, mas nao impossivel.

Nao gosto de dar datas, mas acho que vai demorar um pouco pras coisas melhorarem. Algo como 2 a 5 anos acredito eu… ou mais… Entao colocando datas algo como 2012 ou 2013 + plus.

A principal razão é porque  precisamos “Expurgar a PODRIDAO do Sistema” em outras palavras a quantidade de divida e alavancagem no sistema. Por isso, sou mais pendente a apoiar a ideia da deflacao. E isto so da pra curar com o tempo.

Não adianta imprimir dinheiro e estimular a economia.

Isto é igual o cara que ta gripado e toma analgesico pra passar os sintomas e o virus ainda continua la e a gripe so vai passar com o tempo.

A mesma analogia podemos usar para o Quantitative Easing, i.e., impressao de dinheiro, que o Ben Bernanke esta fazendo, isso so posterga a solucao do problema na minha opinião. Outra analogia, se não é abusar muito delas, é como dar mais bebida pra alguem que ja esta bebado.

Debate Inflação/Deflação (Inflation/Deflation)

Talvez o topico de Inflação/Deflação é um grande assunto negligenciado pela midia main stream e pra mim hoje é a coisa mais importante a se monitorar se voce é um trader que se interessa com a visão do todo, como eu.

Ainda nao toquei aqui no blog sobre o que acho da influencia das noticias em trades. Lembro que ainda recem formado trabalhando na Hegding Griffo um amigo meu me disse um cliché: “A midia é uma meio de manipulacao das massas”. Nao poderia ser a mais pura verdade, alias eu acho que vou mais longe “a midia, principalmente a main stream, é um meio de anestesiar a massa”. Já há algum tempo eu leio jornal so pra me divertir aos sabados. Tipo dar umas risadas pra ter uma ideia do que a massa esta lendo e o que os reporters estao escrevendo.

Hoje confesso que desenvolvi a habilidade de separar o joio do trigo, isto é ainda tem alguns poucos lucidos que escrevem coisas que fazem sentido, mas a maioria é lixo, enfim isso é assunto para outro topico.

Televisao em casa fica desligada a nao ser para assistir um DVD, uma comedia. esportes ou um documentario. Noticia mesmo so on demand na internet e faco isto ha muito tempo.

Voltando o debate deflacao e inflacao acho crucial acompanhar como este debate vai se desenrolar e como isso pode influenciar o seu trade, seja ele bolsa, commodies, futuros ou Forex.

Acho interessante ler o post sobre definicao de dinheiro, inflacao e deflacao para entender melhor deste ponto em diante.

Basicamente na blogsfera existe um debate intenso e recomendo pesquisar os seguintes caras que acampanho.

Do argumento da inflacao:

  • Marc Faber: Editor do Gloom Boom and Doom report. Sempre está na midia e tem uma porrada de video dele no YouTube.
  • Peter Schiff: Dono da Euro Pacific Capital. Sua popularidade na midia é grande e tentou se candidatar ao senado nas próximas eleições (2010), mas perdeu a nominação. Basicamente Peter é o que chamamos de um gold bug. O cara acha que ouro vai estourar, mas acho que não seja um cara que tem um timing bom, e dizem que seus clientes perdem grana por não ser um bom trader, apesar de ter cantado bem a bola da crise de 2008. Acho que seu defeito, segundo Mish (veja abaixo), é que sua visão é muito centrada nos EUA.
  • Michael Pento: Economista da Delta Global Advisors sempre esta na CNBC comentado e recentemente foi praticamente expulso do ar pela musa Erin Burnett no ar. Prai da pra ver que o cara não tem papas na lingua.
  • Jim Grant: Um dos economista que mais entendem do mercado de Bond e taxa de juros. Seu site.

Agora do lado da deflação

  • Mish Schedlock: Apesar de não ter uma formação em economia é um dos caras que acho que mais entende da dinamica de economia mundial. Mish é um fenomeno e o seu blog é o mais lido de economia no mundo. O cara ter formação em TI e começou a blogar porque ficou desempregado e não conseguia se recolocar na área. Neste caso perder o emprego foi para o bem. Seu blog é o Global Economic Analysis.
  • Hugh Hendry: Hedge Fund Manager da Eclectica Asset Management. Atualmente rankeado o Hedge Fund mais rentavel do ano pela Bloomberg. Não perco uma aparição dele na midia pela sua irreverencia e sinceridade. Da pra dar umas boas risadas. O cara é um genio.
  • David Rosemberg: Economista chefe da Gluskin Sheff Associate. Sempre está na midia e é uma das principais assumidades em bonds e sempre fala sobre suas visões sobre onde o mercado de bonds esta indo. Segundo ele para niveis nunca imaginados antes.

Apresentado os protagonistas da discussão, vou tentar resumir as duas linhas de pensamento aqui.

Os que defendem inflação acham que havera no futuro proximo, e isso pode ser em 1 ou 5 anos, uma hyperinflacao na verdade, que será causada principalmente pela impressão de dinheiro nos EUA o que levara ao colapso no Mercado de bonds nos EUA e do USD.  O preco das commodities, que sao hoje denominados em dolares irao disparar em consequencia do colapso das verdinhas, principalmente ouro que segundo os inflacionistas é um hedge  contra a inflacao.

Os inflacionistas estao posicionados basicamente em dois trades. Estao comprados (long) em ouro e outros  metais preciosos (e.g. prata e platinum) e vendidos em US treasury. Eles acreditam que os EUA nao vao dar conta de servir os juros da divida e acha que a situacao de debito vai piorar com as obrigacoes futuras como seguro social, previdencia e seguro saude que o governo atual (Obama) e outros passados estao se compromentendo.

Um outro argumento defendido bem por Jim Grant é que o ciclo dos Bond Yields que estao em queda desde 1982 hoje estao nos niveis mais baixos da historia e quando eles atingem o fundo do poco eles comecarão a subir.

Nao é o escopo entrar em detalhe, mas uma forma de combater a inflacao é aumentar as taxas de juros, assim sua premissa esta em que os yields (juros) dos bonds vao aumentar em consequencia da pressao inflacionaria. Jim acredita que o mercado de Bond é uma enorme bolha.

Por outro lado, o argumento dos deflacionistas é o seguinte:

Não é tão simples como o oposto da visão inflacionária. O que dizem é que existe na economia ciclos de expansão e de contração de credito, sendo deflação a parte do ciclo de contração de crédito. Eles explicam que o que aconteceu de mais ou menos 1982 ate 2007 foi uma absurda expansão de credito na economia, como nunca visto antes, onde as pessoas, empresas e bancos ficaram absurdamente endividados basicamente no mundo todo e nao tem mais condicoes de tomar mais divida.

Neste periodo de expansao de crédito o valor dos ativos, como propriedades, commodities e patrimonio em geral aumentaram muito e foram basicamente inflados por esta criacao de divida e alavancagem. Assim se chegou em um ponto onde eles acreditam que o mundo gerou uma capacidade produtiva onde nao pode se consumir mais a nao ser com mais expansao de credito.  Entretanto, nao da mais para aumentar  mais a divida, pois ela esta nos limites do insuportavel.

A teoria deflacionista explica bem a crise que deu em 2007/2008, a pior desde a crise de 29, que pra mim ainda esta acontecendo. Quando a crise estourou as pessoas, instituicoes financeiras e empresa nao conseguiam mais carregar a divida que tinham. A divida durante decadas estava artificialmente aumentando o preco dos ativos. Assim, em 2008 o credito facil secou no sistema e o Mercado entrou em um colapso e todos tiveram que se livrar dos ativos para pagar as dividas e  “ todo mundo”, ou pelo menos a maioria, ficou debaixo d’agua, pois a divida ficou maior que os ativos, gerando patrimonio liquido negativo. Isto basicamente é o cenario deflacionario, causado principalmente pela contracao do credito.

O que tem acontecido nos ultimos 2 anos, desde que o  Lehman Brothers quebrou e a crise se acentuou é que apesar dos juros nos EUA estarem praticamente zero % e o FED (Banco Central Americano) tem impresso mais de 1 trilhao o credito continua ainda contraindo e nao ha sinais de inflacao.

Mas como podemos acompanhar qual cenario vai se desenrolar e quem esta ganhando o argumento no momento?

Eu acompanho basicamente 2 coisas

  • Preco dos Bonds
  • Preco do ouro e commdities em geral

Atualmente a coisa esta um pouco confusa porque o preco do ouro esta sugerindo inflacao, pois o preco tem subido fortemente nos ultimos 10 anos e mais acentuadamente nos ultimos 2 fazendo novos recorde de precos recentemente. Por outro lado, o preco dos bonds estao sugerindo deflacao, pois o preco dos titulos estao subindo e as pessoas estao bem aversas a risco com medo da bolsa, por exemplo.

No geral acho que deflação esta ganhando o debate. O que acontece atualmente nos EUA  é uma outra caracteristica de periodos deflacionarios. A confianca do consumidor fica baixa e as pessoas consomem menos, as empresas produzem  menos, existem cortes, o desemprego aumenta e os precos caem.

Qual a opiniao de Velaepavio?

Eu particularmente tendo mais a advogar a deflação, pelo menos no curto e medio prazo. Digo nos proximos 2 a 5 anos e dependendo da acao de varios protagonistas ao redor do mundo podemos voltar a um novo ciclo de crescimento la na frente (2015+) ou ter o caos da hyperinflacao que segundo Mish é tão improvavel que será basicamente o fim do mundo (the game end).

Eu acredito que no momento estamos em um secular Bear Market e a coisa ainda vai ficar feia nos proximos 2 a 5 anos ate termos um novo bull market. (assunto para outro post)

Finalizando, o que vai desenrolar depende dos principais protagonistas que são:

  • EUA
  • China
  • Europa ( principalmente os PIIGs Portugal, Espanha, Italia, Irlando e Grecia)
  • Outros Emergentes : Russia, Brasil e India, mas com pouco poder de decisao.

O principal problema de fazer previsoes é que nao se sabe o que se passa pela cabeca de Ben Bernanke, Obama, Hu Jintao, Jean Claude Trichet e membros da Uniao Europeia como Grecia. Tambem existem outros probleminhas pela frente como Iran, Climate Change e falta recursos em geral no futuro, como petroleo, fertilizantes e comida.

Acho que chega por este post…

Desenvolverei o assunto The Big Picture entrando em mais detalhe nos futuros posts. As ideias sao coisas como

–          Entenda a atual crise e onde estamos no momento

–          O que o Mercado de bonds estao dizendo

–          Ouro esta indo em direcao a 5000?

Caso tenha alguma sugestão ou duvida deixe um comentário.

O que é dinheiro, inflação e deflação

Estou estreando a sessão The Big Picture onde vou postar minha visao macroeconomica e o que acredito em que rumo a economia mundial esta indo. O intuito aqui nao é fazer previsao certeiras, mas analisar possiveis cenarios.

Antes de entrar em conceitos um pouco mais avancados como o debate inflacao/deflacao, mercado de bonds, preco de comodities, ouro, petroleo etc… acho importante explicar o conceito de inflacao, dinheiro  e faze-lo muito simples para que qualquer pessoa que consiga ententer. Se voce já sabe pode parar de ler aqui e pular para o próximo post.

Minha definicao de Inflacao é nada mais do que a medida da velocidade da mudanca de precos dos ativos ao longo do tempo.

Por exemplo, e isso eh so um exemplo ilustrativo e não um real.

Em 2001 um kilo de acucar custava 3 reais e hoje  (2010) custa 4 reais. Isso significa que os precos mudaram neste periodo em uma velocidade de 3.2% ao ano ou 33% acumulado no periodo de 9 anos.

Neste exemplo, para simplificar eu so calculei a inflacao de um ativo.

Existem instituicoes profissionair que calculam indices de inflacao que mede a mudanca de precos de toda a economia. Cada instituicao tem sua metodologia. Na Australia por exemplo quem calcula eh o ABS (Australian Bureau of Statistics) no Brasil tem varias instituicoes que calculam como a FGV, FIPE e IBGE. O Indice tem a funcao de calcular a inflacao de toda a economia e para atingir este objetivo eles calculam a inflacao de uma cesta de ativos que contem os principais itens consumidos em uma economia. O principal indice que todo economista olha é o CPI (Consumer Price Index), em portugues, indice do preco ao consumidor. Ele tem esse nome obvio porque ele mede a inflacao do que a galera consume mais. Coisas do tipo, remedio, plano de saude, comida, gasolina, moradia  etc.

Agora os indices sao indicadores lag, ou atrasados. Eles so mostram o que aconteceu, mas em nada explica porque os precos sobem ou descem. Dai a importancia de entender o que causa inflação.

Basicamente tem duas coisas que causam inflacao.

1-      Oferta e demanda de ativos, e.g. commodities

2-      Quantidade de dinheiro em circulacao, que é ditado pela oferta e demanda por dinheiro.

O numero 1 é facil mais facil de entender. Por exemplo, se tem uma grande demanda por acucar no Mercado e a oferta nao é sufuciente o preco do acucar sobe causando inflacao. Alguns dizem inflacao de demanda. Da mesma forma os precos de acucar podem cair causando o fenomeno contrario que é deflacao.

O numero 2 é mais dificil de explicar, mas vamos la.

Primeiro é preciso entender o que é dinheiro pra entender a dinamica da oferta e demanda de dinheiro e o como que isso impacta a inflacao.

Vamos la o que é dinheiro?

Dinheiro serve pra 3 coisas:

1-      Reserva de Valor

2-      Unidade de troca

3-      Unidade de contabilidade

Dando exemplo de

1-      Eu guardei durande este ano 15,000 reais

2-      Com estes 15,000 eu posso trocar por um Golzinho veio meia boca

3-      Eu escrevi na minha cadernetinha aqui que tem um patrimonio de 100,000.

O dinheiro, entao, fez a nossa vida muito mais facil, imagina quando nao tinha dinheiro.

Ia ser mais ou menso assim

1-      Esse ano trabalhei e guardei 3 bodes, uma galinha e um cachorro

2-      Com esse monte de bicho eu consigo trocar por um camelo zero quilometro

3-      Eu anotei aqui na minha cadernetinha que tenho um patrimonio de 300 bodes e 5 camelos.

Se voce quiser saber mais da origem do dinheiro eu recomendo assistir o documentario do Niall Ferguson, professor de Harvard: The ascent of money, mas vou rapidamente explicar como que funciona o negocio da tal criacao do dinheiro.

Pega uma nota de 10 reais.  O que voce esta vendo nada mais é do que um pedaco de papel colorido, nao diferente de um cartao postal que tambem é um pedaco de papel colorido. Entretanto,  se voce for ao banco vc deposita essa grana e voce depois pode sacar essa grana quando quiser  e comprar um lanche no Mc Donalds.

Se for no Mercado de cambio voce troca os 10 reais por USD5.88 ou EUR4.5, por exemplo.

Existe, entao, no mundo  um circulo de confianca na sociedade que da um respaudo para o poder de compra desde dinheiro papel em circulaao peplo mundo. Esse padrao de dinheiro eh conhecido como FIAT money.

A criacao deste dinheiro é simples. Uma autoridade monetaria imprime um papel todo mundo acredita que uma unidade daquele papel se troca por XYZ e assim todo mundo vai se enganando e a vida continua numa boa.

O Banco central de cada pais é o guardiao do valor deste dinheiro e uma de suas funcoes eh manter o seu poder de compra relativo ao longo do tempo. Em outras palavras, manter a tal da inflacao sob controle.

Ai que a inflacao entra nesta historia. O que ela faz é deteriorar o poder de compra desde dinheiro.

No exemplo dos 3 dolares de 2001 que comprava 1 kilo de acucar hoje (2010) so compram 750g de acucar . Neste exemplo o dinheiro perdeu 25% do seu poder de compra em 9 anos.

Uma das funcoes de cada banco central, e eu acho que deveria ser a principal, e controlar a oferta e a demanda desta grana ou a quantidade de grana circulando por ai.

Agora finalmente posso explicar o ponto 2 das causas da inflacao, i.e., quantidade de dinheiro em circulacao.

Se a autoridade monetaria que controla a impressao de dinheiro imprime muito dinheiro essa maior quantidade de dinheiro passa a trocar pela mesma quantidade de ativos na economia, logo o poder de compra deste dinheiro cai, pois tem mais dinheiro atras dos mesmos ativos.

Esse fenomeno de impressao de dinheiro tambem eh conhecido como senhorinhagem, esse termo pelo menos eu lembro como que fala em portugues.

Vou retomar o assunto quando explicar a questao sobre o debate inflacao/deflacao no proximo post na sessao Big Picture.