Vela’s blog rompeu o recorde de acesso dos ultimos seis meses em Maio e em Junho esta fazendo um novo High… foi um bom buy signal…. mas encontra um pouco de resistencia no all time high… Marco de 2011 🙂
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Europa e Australia
Como o proximo artigo no meu business plan sobre a Australia era pequeno e ja escrevi bastante sobre no Blog vou postar tambem neste mesmo post a minha opinião sobre a crise na Europa que está em voga. Ainda mais agora com a Eurocopa 2012.
Quebra do Mercado Imobiliário na Australia
A quebra do mercado imobiliário na Austrália não é suficiente para se auto implodir, pois a Australia conseguiu inflar o mercado e mante-lo inflado devido. Isto porque consegue manter os juros relativamente baixos a ponto da população conseguir bancar os juros relativos a renda media. O que chamamos de affordability, que nada mais é do que quanto a população que tem divida paga em media em juros de hipoteca relativo a renda média. Assim, como o nivel de desemprego é bem baixo o castelo de cartas fica bem sustentável.
O que realmente pode engatilhar um espiral e fazer o castelo de cartas cair são duas coisas:
– Os juros subir muito
– O Desemprego aumentar a niveis preocupantes (e.g. + 7%)
Entretanto, acho dificil os dois ocorrerem ao mesmo tempo, pois na Australia os juros de hipoteca em sua maioria sao variavei tornando o sistema auto regulavel na eventualidade de uma crise. Alem disto a Australia exporta commodities e uma das causas do aumento nos juros é commodities estarem em demanda. Assim, os juros altos são compensado por um AUD forte e baixo nivel de desemprego. Isto já foi provado e não causou quebra no mercado imobiliário na crise de 2008 e no pre-crise quando sos juros chegaram em 9% ao ano.
O que realmente pode acontecer, e mais me preocupa, é que uma nova crise e uma quebradeira na China que pode aumentar o desemprego e despencar o AUD fazendo com que os desempregados comecem a dar default nas mortgages e os bancos terem uma crise e tudo virar um ciclo vicioso fazendo a casa literalmente despencar. Sem perder muito tempo com a questão fragil australiana, a coisa mais importante para a Australia é a saude e a sustentabilidade do mercado Chines. Enquanto a China tiver apetite pelas commodities industriais australianas nao vejo risco de colapso no mercado imobiliário.
A Crise na Europa
A crise na Europa é algo que comecou a se acentuar e se mostrar evidente no primeiro semestre de 2010 com os protestos na Grecia e ate pode ter sido o gatilho para o flash crash em 5 de Maio do mesmo ano. Dow Jones caiu 1000 pontos em um dia.
A questao toda começa com o problema de uma unica moeda em economias com dinamicas de custo salariais, infra-estrutura diferente e produtividade. Enfim, competitividades incompativeis. Em suma o projeto do Euro só veio a beneficiar os mais fortes e colocar pressão nos mais fracos. Neste ponto o grande ganhador do Euro é a Alemanha colocando ela em uma situação privilegiada em relação aos outros membros. Em outras palavras o projeto do Euro é uma forma da Alemanha dominar a europa sem disparar um tiro.
Antes de entrar na questão de como a Europa se meteu na situação atual é importante entender o papel do cambio no equilibrio das disparidades de competitividade salarial e de custos e mercadorias no mercado de importação e exportação.
O cambio define a quantidade de moeda necessária pra trocar uma moeda pela outra e em um regime de cambio livre e flutuante o que define esta relação é a demanda e a oferta em uma moeda em relação a outra de acordo com o fluxo de troca que pode ser gerado por varios motivos, principalmente o comercio entre os paises, nao a especulação como muitos pensam :-). Este mesmo cambio que definirá os precos relativos entre um pais e outro e neste processo o cambio regula disparidades salariais e desequilibrios em balanca comercial, logico, se todos os paises envolvidos adotarem um regime de cambio flutuante livre.
Apenas um exemplo pra fixar a idea. Para produzir um carro na Europa de qualidade X custa por exemplo EUR 10K e vamos supor que o cambio com os USD é 1.5, assim este carro custa nos EUA USD15K, mas o mesmo carro para ser produzido nos EUA devido ao custo relativo de mao de obra e materia prima é de USD 16K. Neste caso o fluxo de comercio vai da Europa para os EUA fazendo com que exista uma maior demanda por euro do que USD. O cambio entao vai para 1.8 e o carro na Europa passa a custar agora USD18K nao sendo mais interessante importar da Europa.
Neste exemplo da pra ver o papel do cambio como um meio de rebalancar disparidades salariais forcando paises ou melhorar a produtividade ou achar que o mercado de cambio ache outro ponto de equilibrio para que o fluxo de capital e comercio mude forcar pontos de equilibrios, assim, nao permitindo que um nacao tenha superavit na perpetuidade e outras deficit na perpetuidade.
O problema do cambio unico ou moeda unica na Europa é que acaba causando problemas estruturais. Vamos pegar a Grecia por exemplo que a economia representa cerca de menos de 2% da Comunidade Europeia. A economia com a moeda dracma que era bem barata em relacao a “fortes” moedas como a o Marco e Franco atraia muitos turistas o que girava bem a economia. Num regime cambial unico o que ocorreu é que da noite para o dia tudo ficou caro na Grecia em Euros diminuindo o fluxo de turistas. Para agravar a situacao a Grecia emprestou dinheiro da europa toda e emitiu bond soberanos em Euros para que investimentos fossem feitos em infra estrutura para que a disparidade entre os paises diminuisse entao o governo passou a pagar mais em juros, porque apesar dos juros serem emitidos em Euros, os mesmos usados na Alemanha, tem um spread acima dos titulos Alemaes, isto porque a percepcao de risco que os Gregos nao vao pagar a divida é maior que a Alemanha. Isto nao tinha muito problema antes de estourar a divida de 2008, pois o spread era bem baixo. Coisa de 2 a 3% a mais que a Alemanha e na epoca dinheiro era facil e a Grecia consiguia gerar altos deficits e os juros nao eram tao pesados.
Acontece que quando veio a crise e a liquidez secou o risco na europa na periferia aumentou muito. O primeiro país a isto ficar mais alarmante era a Grecia que vinha gerando um deficit muito alto que chegou a quase 20% do PIB. Nao deu outra… revolta no mercado de bonds e os spreads na Grecia e outros paises como Portugal, Espanha, Irlanda e ATE a Italia comecou a serem “atacados”pelos bond vigilantes. Estes paises ficaram famosos pelo sigla PIIGS (ou porcos).
Podemos chamar a crise europeia como uma crise soberana. Em suma o problema mais uma vez é divida DEMAIS e nao existe quantidade necessária de capital para resolver o problema e o cambio (Euro) so ajudou a a situação agravar.
A Alemanha e paises mais ricos quando a crise estourou em 2010 tentaram conter a situação enquanto que estava so na Grecia. Isto poeque fica barato conter, sento que a economia da Grecia é apenas 2% da Europa. Entretanto isto acaba sendo um paliativo, pois o bail out de curto prazo não resolve o problema estrutural de longo prazo que é gastar absurdamente mais do que se arrecada e se a Grecia for adotar as medidas necessárias para balancar as contas e ter que cortar gastos o resultado é caos e protestos na ruas, coisa que politico quer evitar ao máximo.
E enquanto que a situação na Grecia vai sendo epurrada com a barriga o que ocorre é o contagio para outros paises da periferia como Irlanda e Portugal e mais recentemente a coisa ate ficou feio pra Italia mandando os juros na Italia que eram de 4% pra mais de 7%, coisa inimaginavel a nao muito tempo atras. E um pais que tem uma divida publica absurdamente grande já em mais de 100% do PIB isso não é nada agradavel para as financas publicas. Enfim, a situacao é feia e já se fala em paises sairem do Euro, como a Grecia, ou paises sairem da comunidade europeia como a Inglaterra ou ate paises grandes sairem do Euro como a Alemanha ou ate uma terceira saida que é o CAOS total e a total revolta contra todas as moedas FIAT e o preço do ouro sendo mandando para o espaço.
Esta é a situação na Europa que atualmente é a bola da vez e isto pode ser ruim para o ja precario EUA e a fragilidade que a China e o Japao se encontram.
O resumo então é que todo este processo de divida demais que hoje causa deflação e isto indica ainda mais que unica saida politica é a inflacao para evitar o colapso do sistema.
Quebra do mercado de Bonds no Japão
Segundo a melhor apresentação que ja ouvi sobre o assunto de Vitalily Katsenelso, postado no meu blog, o Japão atingiu ja o ponto de não retorno. A economia japonesa atingiu estado de atitude kamikaze com espirito de bushido.
Resumindo a historia a população japonesa esta diminuindo. Desde 2000 a população economicamente ativa atingiu pico e vem decrescendo. Hoje cerca de quase 20%+ da população se encontra acima de 65 anos, na idade de se aposentar. Isto significa que o Japão estruturalmente esta diminuindo a arrecadacao e aumentando os gastos. O classico problema do deficit.
Isto ja vem ocorrendo há decadas e o Japão tem aguentado esta situação atravez da seguinte manobra. Tem mantido os juros baixissimos. Ja ouviu esta história? Praticamente zero desde o final da decada de noventa.
Assim, como o pagamento de juros é bem baixo o governos japones pode emprestar dinheiro e aumentar a divida sem que o pagamento de juros seja um encargo muito grande.
O principal detentor da divida publica japonesa é a própria população que é bem conservadora patriota e poupa relativament mais que a media mundial. Entretanto, devido ao problema estrutural, mencionado acima, tem sido cada vez mais dificil de continuar neste esquema, pois o governo esta perdendo pessoas geradores de renda para manter o esquema.
O que tenho percebido é que o Yen tem se fortalecido muito nos ultimos 2 anos atingindo niveis recordes em relação ao dolar americano. Acho que isto está sendo causado por duas questões.
O trade USD/YEN é o famoso carry trade de diferenciais altos de taxas de juros onde a moeda com juros maires é comprada e a com juros menores vendida. Isto era uma coisa benefica para o Japao, pois os juros baixos tambem enfraquecia a moeda japonesa ajudando a economia que é forte exportadora de produtos de alto valor agregado.
Entretanto, com a queda dos juros no mercado americano este trade passou a não ser muito interessante e hoje é possivel realizar o trade utilizando dolares que é uma moeda mais liquida.
Alem disto hoje o diferencial de juros de duas economias onde os juros já sao ZERO… é ZERO. Assim a demanda pelo long trade USD/YEN diminuiu fazendo com que o YEN se apreciasse e isto so atrapalha ainda mais o quadro japones, pois com o YEN forte fica mais difícil para o Japão exportar seus produtos pra gerar receita e financiar seu deficit.
Para agravar a situacao, a capacidade do Japão se financiar internamente esta se esgotando e o governos japones tera que inevitavelmente emprestar dinheiro fora do pais, onde as taxas de juros são mais altas o que sinaliza um aumento nas taxas de juros japoneses. Isto num primeiro momento fortalece o YEN, mas por outro lado torna a manutenção do esquema insustentável.
Outro fator é que o Japão é um dos principais detentores de divida nos EUA (US treasuries) e o desespero que ajudar as financas japonesas esta fazendo o Yen se fortalecer ainda mais com a repatriação do dinheiro japones. Isto é vendendo dolar e comprando YEN. Sem falar nos efeitos do Tsunami de Março de 2011 que esta fazendo a repatriação de capital se acentuar. E mais um fator ainda é que os Japoneses vendem ativos pra combater as forcas deflacionarias criadas por este ciclo vicioso de juros baixos e divida alta.
Para finalizar a questão do problemas japoneses vale comentar a relação da Japão com uma provavel quebra na China, comentado no ultimo post.
O Japão no final da decada de 80 teve uma crise imobiliária que se parece um pouco com a Chinesa no quesito destruição de capital. Na epoca como o japão cresceu muito e expandiu absurdamente sua capacidade produtiva, muito parecido que acontece com a China hoje. O Japao tambem passou por um momento de distruição de capital e como toda destruição de capital mais cedo ou mais tarde mostra a realidade o Japão despencou. As propriedades japonesas cairam 70% e hoje 20 anos depois esta no mesmo lugar e nunca voltou aos niveis absurdos anteriores. Neste 20 anos o Japão passa por uma deflação cronica coisa que os EUA pode passar, ou pode ser que tome o rumo da inflação como já discuti.
Aonde eu quero chegar com o meu raciocinio é que com a queda do mercado imobiliario Japones em 1989 a capacidade excessiva foi imensa na area de constução, principalmente na area de aço e hoje estas empresas exportam capacidade ociosa para a China que estão indo bem ate aqui. Para complicar as empresas japonesas se beneficiam do juros baixos no Japao e estao bem endividadas. Assim, quando uma crise absurda na China acontecer os CDS (credit defaut swaps) das empresas japonesas vao explodir e o famoso trade Short Japan que todo o Hedge Fund manager tentou fazer um dia e alguns quebrarm tentando vai comecar a funcionar.
Huge Hendry é um que esta apostando nisto e explicou bem numa entrevista que deu em um painel pra LSE (London School of Economics)
De onde são os leitores do Velaepavio
Quebra do mercado imobiliario Chines
Jim Chanos é um famoso short seller que esta apostando varias fichas na quebra do mercado imobiliario Chines. Principalmente no mercado comercial.
“Tem hoje 30 bilhoes de pes quadrados no mercado. Isto significa um cubiculo de 5×5 para cada pessoa na China” Jim Chanos.
Só esta estatistica já é de arrepiar os cabelos. Principalmente paises dependentes da China como a Australia e Brasil que exportam quase todo o minerio de ferro para a China.
O absurdo que aconteceu no crescimento da China foi tamanho que podemos dizer que é crescimento em esteroides. Isto só é possivel porque a economia lá não é de mercado, mas é incentivada pelo governo que dita o quanto que o país deve crescer. Quando deu a crise em 2008 a China embarcou no maior programa de incentivo do mundo em termos relativos ao PIB. Foram 14% que da cerca de 750 bilhoes de dolares americanos de estimulos.
O que é mais preocupante é que a grande parcela de investimento foi para a construção e infra estrutura que num primeiro momento gera PIB, mas como a infra estrutura nao gera fluxo de caixa o dinheiro acaba sendo como jogado no lixo ou na linguagem financeira o capital foi destruido, pois nao tem retorno nenhum ou esta abaixo do custo de capital.
Hoje já existem sinais fortes que esta quebra esta ocorrendo, mas estao tentando a qualquer custo esconder isto.
Atualmente a situação na Europa tem sido uma forma de “distrair”a atenção no que é mais importante. A situação na Europa com certeza diretamente esta ligado ao agravamento da situação na China pelo simples fato da Europa ser um grande cliente da China e as economias são co-dependentes. Assim um agravamento na Europa so vem a acelerar o que já ocorre na China.
Colapso do Dollar e o Fim do Bull Market em Treasuries
Dando continuidade na serie. MINHAS CRENCAS E BIG PICTURE. Segue novo artigo.
É importante ler o post anterior para entender toda a sequencia.
Pegando carona na questao da inflacao para explicar o risco do colapso do dolar eu vejo a situacao acontecendo da seguinte forma. Isto não significa que vai acontecer assim, mas é uma possibilidade.
Devido a escolha politica de inflar e desvalorizar as moedas o dolar que hoje tem o status de reserva mundial de valor pode a qualquer momento sofrer uma crise de confiança e ocorrer um colapso.
Para entender melhor isto é preciso saber que hoje o banco central americano (FED) retem o privilegio de imprimir dinheiro ad infinitum, por ser a moeda de reserva. O FED mostra este comportamento para estimular a economia e manter os juros em ZERO. Esta facanha é feita atraves da manipulação do mercado de bonds onde o FED mantem os juros artificialmente baixo em operaçoes de mercado aberto.
Alem da manipulação dos juros em Zero, que se mostra insuficiente para manter a economia girando, o FED entrou num processo de QE (Quantitative Easing) para injetar liquidez no mercado e tentar reparar o balanço das intituicoes que estavam quebradas na realidade e no papel. O Fed fez coisas absurdas como comprar ativos que não tem valor nenhum como Mortgage backed securities.
A situação que o Fed se encontra hoje, que é o guardião da moeda americana, é de grave a alarmante. Para embarcar neste processo de injetar liquidez no mercado atravez de QE o FED teve que inflar o seu balanco a niveis absurdos de alavancagem onde com um patrimonio liquido de cerca de 60 Bilhoes o FED tem um ativo de 3 trilhoes o que da uma alavancagem de 50X. O Lehman quebrou com alavancagem de 40X. Isto quer dizer se os juros subir 2% o FED quebra. Dizem alias que isto ja ocorreu, mas tem um acordo com o Tresuary que isto na vai ocorrer devido a uma malandragem contabil.
Enfim a moral da historia é que com esta magica o FED mantem esta capacidade infinita de imprimir dinheiro, pois é um privilegio de quem controla a reserva mundial de valor. Hoje todos os paises que tem reservas esta preso no mesmo esquema. Os paises que acumularam superavits, acumularam como reserva mundial internacional em dolar e hoje não é facil de sair desta posicao, pois a propria saida destruiria o poder de comprar destas reservas. Por exemplo, a China tem aproximadamente 3 trilhoes, o Brasil 200 bi e por ai vai. Entao esta todo mundo ao mesmo tempo vendido. E isto se mostra no mercado de bonds que esta em um bull market deste 1981. Em 2011 fez 30 anos, mas parece que este bull market esta chegando ao fim… a não ser que os juros fiquem negativos J.
No momento que escrevo acho que o mercado de bonds esta dizendo que o Dolar ainda é a moeda mais liquida e em tempos de panico ele é o que chama fly to quality, mas interessante que no panico de Agosto de 2011 os treasuries subiram, mas ao mesmo tempo o ouro disparou… o que mostra uma preferencia para outro tipo de moeda alternativa. Já se ve movimentos politicos e grupos economicos que fazem parte do G20 (China, Russia e Brasil por exemplo) que ja discutem alternativas para o comercio mundial que não seja totalmente dependente do dolar americano.
Resumo é que do jeito que a coisa anda fora do controle nos EUA pode ser que gradualmente la na frente algo mais agressivo como uma revolta no mercado de bonds. Se isto ocorrer o dollar sera mandado pro saco e tera um colapso. Isto pode ser o END GAME e um novo sistema monetario tera que ser criado, como por exemplo um padrao ouro, SDRs ou coisa parecida. Acho que ate la o Ouro sera um grande seguro contra este cenario, pois o ouro subindo é apenas um sinal de que a confianca no dollar esta diminuindo e isto com certeza se acelerará assim que a inflação for mais visivel a ponto que acelerará exporencialmente. É neste momento tambem que vai ser dificil de fazer um julgamento de quando sair do ouro. Eu imagino um movimento exporencial e balistico. Exemplo do mercado de 1980 onde o ouro teve um crescimento parabolico e quando teve inflacao o FED atravez de Paul Volker teve que aumentar os juros pra algo como 18% para derrubar a inflação e subsequentemente o preço do Ouro. Pelo visto ainda estamos longe deste dia na atual conjuntura e isto esta claro na acao dos politicos discutido anteriormente.
Vale lembrar que hoje pra derrubar o ouro os juros precisam subir bem menos que na decada de 70. Isto devido ao tamanho da divida hoje ser bem maior do que no final da decada de 70. O Fed não pode ser dar ao luxo de subir muito os juros pois isto é ir ate contra sua própria alavancagem e do mercado em geral o que pode causar mais deflacao. Assim para o dolar entrar em colapso tem que haver uma crise de confianca como por exemplo impressao absurda de dinheiro e ocorrer uma inflacao que vai limpar a divida e quem se dara mal é quem não tem ativo fixo para se proteger contra a perda de patrimonio.
Para concluir e fazendo novamente com um gancho com a politica. A inflacao e o colapso do dollar é de interesse para os EUA pois é uma forma de acabar com a divida absurda americana que esta em mais de 15 trilhoes enquanto escrevo. Se o colapso do dolar vai ocorrer ou nao eu nao sei. Não é certeza, mas é provável e o trade aqui é commodities em geral e metais preciosos como o core para se protejer e ai nem muito pensando em fazer dinheiro, pois dinheiro neste periodo nao faz muita diferença pois nao vai valer nada, mas sim o patrimônio em ativos fixos que preservam valor ao longo do tempo.
Business Plan
Faz um tempinho que não publico algo aqui e atualmente voltei a trabalhar no meu business plan e tenho uma sessão que falo sobre minhas crenças e sobre big picture. Então neste processo achei que seria interessante publicar aqui no blog a parte de Big Picture e algumas partes sobre crenças em trading. Como o material já esta escrito é uma questao de so copiar e colar.
Aproveito o momentum que meu blog voltou a trendar mesmo sem publicar desde o ano passado. Em maio recebi bastante visitas. Continuem acompanhando meus twitters e mandando comentarios ou escrevendo, pois sempre procuro responder.
Pra começar falo sobre Crenças e Big Picture e o primeiro capitulo sobre Deflação/ Inflação que será meio que a base para todos os próximos artigos que publicarei aqui.
Crenças
A questão de crenças foi trazida para mim pela primeira vez quando li o livro do Van Tharp, Trade Your Way to Financial Freedom, que alias abriu muitas portas e olhos para me levar até onde cheguei aqui em termos de conhecimento de trading e que o maximo que puder vou registrar aqui. Não so a parte técnica, mas a parte psicologica, pois hoje mesmo li que conhecimento não é suficiente. O mais importante é a estrutura mental para implementar o processo.
Acredito que o exercicio de colocar minhas crenças vai ajudar a convergir para aquilo que acredito e segundo o Van todos devem tradar as crenças sobre o mercado e isto é fundamental para o sucesso. Alem disto, acho que este exercicio vai trazer clareza daquilo que quero da minha vida e como que vou implementar o processo no momento do agora, pois tempo é ilusório e a unica coisa que existe é o momento de agora.
Assim como Van diz a minha primeira crença é que não existe uma verdade absoluta sobre o caminho de ser bem sucedido no mercado. Existe milhares ou infinitas maneiras de ser lucrativo no mercado em termos de metodologia e vai de cada um se adaptar e achar a estrutura que vai adequar a personalidade pessoal de cada um. Nesta nota, então, começo a descrever o que se alinha a minha personalidade que será fundamental na implmentação daquilo que acredito.
Visao Macro (Big Picture)
Documentei bem no meu blog a minha visao macro e tenho aprofundado mais nisto depois que li o livro de John Mauldin (The End Game) e o livro do James Rickards (Currency Wars) acho que se alinham bem sobre quais os possiveis rumos que o mundo esta tomando e quais são os riscos e oportunidades envolvidas neste mercado.
Deflation/Inflation
Acho mais apropriado comecar a descrição sobre o que eu acho do Big Picture, falando em primeiro lugar sobre questao da Deflation/Inflation, pois acredito ser as forças centrais do fluxo de capital hoje. Acho que este seria o ponto central de como o Big Picture está se movimentando e isto vai me ajudar a ter mais convicção em que ponta do trade que devo tomar em determinadas condições de mercado, tendencia e ações humanas.
A quesão da deflation/inflation, e foi colocado nesta ordem de propósito, pois acho que acontecera nesta sequencia, pois a causa esta em deflation, devido a quantidade excessiva de divida, e a inflacao, quantidade excessiva de papel moeda. nada mais é do que uma resposta politica a deflation.
Resumindo o que está ocorrendo no mundo hoje é que EXISTE UMA QUANTIDADE ABSURDA DE DIVIDA e isto não é sustentável. Este processo não aconteceu ontem, mas vem se acelerando mais nos ultimos 15 anos. Alguns dizem que o processo comecou mais forte na decada de 70 e se acelerou nos anos 90, principalmente a partir de 1994. O mundo viveu no periodo de 1982-1999 o que chamam de great moderation onde basicamente tivemos paz, abundancia de recursos e precos de commodities baixo, crescimento, inflacao estavel e juros baixo. Este foi o ambiente perfeito para que quantidades absurdas de divida em todas as esferas (pessoal, empresarial e governo) alcançasse niveis insustentáveis.
Neste periodo de prosperidade, como um ciclo economico natural a economia mundial foi marcada por boom and bust, mas cada vez mais os politicos e os bancos centrais nao deixaram estes movimentos naturais se desenvolverem. O papel do bust (colapso) é justamente limpar as ineficiencias no mercado, fazendo que somente os melhores e mais eficientes sobrevivam.
A politica natural para lutar contra estas várias crises que ocorrem aproximadamente em ciclos de 5 a 7 anos foi o corte nos juros, o que de certo ponto é entendivel, mas isto chegou a niveis de overdose e até manipulativo e o mundo passou a entrar, como já disse, em niveis insustentáveis de dívida criando vários problemas estruturais. O pior deles que é a própria destruição de capital ou a sua utilização em empreendimentos que não dão retorno de capital.
O estouro da bolha que ocorreu em 2007/2008 aconteceu quando a economia estava tão em overdose de juros baixos e as pessoas tão euforicas e ao mesmo tempo o mundo passando por uma cada vez maior pressão nos recursos finitos. Assim passou a ter um pouco de inflação e o governo começou a apertar o cinto em sua politica monetária, isto é, passou a aumentar os juros.
Em um ambiente onde a maioria dos individuos que estão altamente alavancados, poucos solidos e negócios não eficientes, quando a liquidez diminui, os ineficientes começaram a quebrar. O grande problema é que a maioria das pessoas e empresas eram ineficientes, pois os juros baixos mantidos por muito tempo mascarou a ineficiencia e ficava muito dificil separar o joio do trigo. E o problema foi que tinha MUITO JOIO e pouco trigo.
A reação em cadeia e o colapso foi tão grande que a intervenção apenas na politica monetária seria insuficiente e sabemos o que aconteceu. O maior Bail Out da historia, pois a forca deflacionaria desta bolha seria tão grande que se falava em uma nova grande depressão que o mundo não presenciava a mais de 75 anos quando da ultima crise de mesma proporção em 1929-38.
Enfim a forca deflacionaria é apenas uma consequencia natural da insustentabilidade da quantidade ABSURDA de divida. O proprio mercado, a limitação de recursos naturais e a falta de ganhos de produtividade necessária para sustentar o crescimento desejado que esta empurando tudo para baixo.
Agora para fechar o ponto é muito importante entender o ambiente político. E este MORRE de MEDO e tem PAVOR de deflação, pois em periodos de deflação tem ALTO desemprego, quebradeira geral, revolta do povo e por ai vai. O que não é nada bom para o ambiente político e estes querem com todas as forcas possiveis e necessarias lutar contra a forca deflacionaria. Outra questão é que o proprio governo perde receita em periodo deflacionario, pois a arrecadação de impostos caem devido a ser impossivel se taxar depreciação de ativos e o espiral piora ainda mais, efim o governo não tem interesse em deflação e o pior de tudo não consegue taxá-la.
As “vantagens” da deflacao, apesar de ser um processo mais dolorido que a inflação, para aqueles que são afetados por ela é que é uma forma de expurgar a podridão de ineficiencia no mercado, o preço dos ativos caem o que os deixa mais acessivel. É um periodo vamos assim dizer de Jubileu, praticamente zera muita coisa e muitos tem a chance de comecar do zero novamente.
Como já disse a deflação não é uma opçao politica, como explicado acima e estes vão lutar om todas as armas possiveis para evitá-la a qualquer custo.
O periodo de 2009-2011 me deixou mais do que convencido para o que os politicos e os lideres estao aqui. O objetivo deles é que NOS TEMOS QUE CRESCER ATE A PERPETUIDADE. E eles não veem outra saída que não esta.
Então neste contexto entende atitudes estupidas do governo como juros zero por mais de 3 anos, QEI e QEII e operação twister e varios estimulos economicos… e mesmo assim o mundo passar pela pior recuperação de crises que se tem em arquivo. O que aconteceu foi que o mundo ainda continua em crise e hoje 14/12/2011 corre o risco de passar por mais uma perna em 2012.
Neste processo de tentar dar um choque de disfibrilador na economia com uma avalanche de liquiez no mercado o banco central americano conseguiu foi re-inflar os preços das commodities e dos mercados emergentes e trazer praticamente Zero de crescimento e nenhuma recuperação na economia que possamos chamar de uma recuperação digna e decente.
Enfim, o que estamos vendo no momento é uma guerra entre deflação e inflação. Sendo a deflação um movimento natural de pagamento de uma divida insustentavel e a inflação como uma opção politica de resolver o problema da deflação.
Para fechar concluo que a inflacao é a unica saida política para uma situação onde se tem uma crise generalizada de balanço. E acredito que a saida inflacionaria política será dificil de evitar, pois os politicos tem tres alternativas.
– Austeridade
– Inflação
– Crescimento/Aumento de produtividade e inovação
A primeira saida só vai intensificar a propria deflação e como já mostrei que não é uma solução politicamente viável e isto está claro e cristalino e provado na atitude de 2009 pra cá que não é uma opção. Alem disto o agravemento da austeridade é mais caos social e protesto da população, pois vários beneficios sociais são necessários cortar em um ambiente de austeridade.
Assim, a inflação tem sido como um antidodo usados pelos politicos para lutar contra a deflação, pois ela gera uma percepção falsa de crescimento e uma forma de taxar quem não tem proteção contra a inflação para que sutilmente a divida absurdamente relativamente “caia”no processo inflacionario.
Neste processo os politicos tem a crença que haverá crescimento ordenado com uma inflação saudável, como foi administrado no periodo da great moderation.
Em ultima instancia existe a saida saudável para o crescimento que é aumento de produtividade por inovacao tecnológica. Acho que isto la pra frente pode ser que cause o novo bull markets em equities, entretanto no momento não exista nada concreto nem no horizonte e o mundo ainda esta dependente de recursos finitos que muitas vezes são ineficientemente usados. Não descarto a possibilidade do aumento de produtividade ser a saida, mas no curto/medio prazo (proximos 3 anos) não vejo isto como o salvador da patria. Pelo menos minha visao e interpretação das variaveis e açoes politicas hoje. O que vejo é que o atalho para o crescimento no curto prazo é gerar inflação através da depreciação relativas das moerdas (currency wars, corte de juros e impressao de dinheiro).
Para resumir esta parte e começar a discutir os riscos e os pontos de interrelação e as possiveis oportunidades de trades e queria dizer que teremos como um pendulo mudando de deflacao para inflacao ate um ponto de estimulo for tao grande que havera uma ruptura e entraremos em um periodo de estagflacao como ocorreu nos anos 70, isto porque passamos por um momento em que as forcas do crescimento estao colocando grande pressão nos recursos naturais, então qualquer tentativa de inflar vai ter que esbarrar em dois fantasmas. DIVIDA e LIMITACAO DE RECURSOS.
Sem maiores delongas passo agora para os proximos pontos do Big Picture que são os possiveis riscos neste processo.
O proximo artigo sera sobre : O Colapso do Dollar e o Fim do Bull Market em Treasuries